quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Feriado em MeiCheng



Centro de MeiCheng


De volta à civilização. Estou em Xangai, depois de dois dias no interior da China.

MeiCheng fica apenas à 3 horas de distância de Xangai e sei que não se comprara às cidades do interior meeesmo, daqueles lugares em zonas rurais, sem eletricidade ou água encanada. MeiCheng é apenas uma cidade pequena, como essas perto de São Paulo, onde as pessoas dificilmente vêem um estrangeiro e qualquer pequeno acontecimento é assunto para uma semana inteira.

A minha primeira impressão foi boa. Tinha até um pouco de trânsito no centro da cidade, alguns carros bem novos, todas as ruas pavimentadas, e vários bancos, lojas de eletrônicos, supermercados. Mas tudo tinha um ar de anos 80, de vilarejo. O Bello gasta o chinês, falando com a 'bicitaxista', a recepcionista do hotel, as garçonetes nos restaurantes: aqui realmente ia ser difícil viver com inglês e mímica, como faço em Xangai. Ainda bem que o Bello fala um pouco de chinês.

Passeamos de noite no centro de MeiCheng: restaurante super chinês, uma volta no lago, visita ao centro histórico. Tudo bem agradável. Na noite seguinte fomos para a cidade vizinha - de motorista particular já que não tem táxi na cidade e ônibus só sai da cidade em 3 horários, o último às 5 da tarde.

Fomos para Xi'yian. Uma cidade bem maiorzinha, com alguns prédios e duas baladas. Fomos a sensação do restaurante - mais até do que em MeiCheng. Juntou umas 6 garçonetes e a gerente a nossa volta, todas com risadinhas tímidas e curiosas. Eu com todo o meu conhecimento de chinês reconheci que uma perguntava de onde éramos. Um dos clientes veio nos salvar, e falando em inglês nos ajudou a fazer o pedido. Bello estava incomodado, disse que se sentia meio que em um circo, em uma jaula de um zoológico. Eu achava tudo engraçado, mas entendo passar por isso vez ou outra pode ser interessante, mas que morar em um lugar assim e passar por isso todos os dias pode ser um tanto cansativo.

Jantar encerrado, fomos dar uma volta na beira do rio cheio de luz neon (ai, esses chineses e a fascinação por neon). Nos feriados, as pessoas compram pequenos balões e soltam na beira do rio. Eu e Bello compramos o nosso também - "olha o balão, 1 real, quem vai querer" - e nos divertimos tentando soltá-lo. Um chinezinho, de uns 20 anos, veio falar com a gente, em um bom inglês. Garoto esquisito. A conversa foi engraçada. Ele dizendo que tinha uma história por trás dos balões, mas não dizia qual era ("vocês tem que assistir mais filmes sobre a história da China") e que ia pra faculdade, mas não dizia o que estudava ("é melhor do que ficar em casa jogando vídeo game"). Rendeu algumas risadas.

A noite terminou em uma das duas baladas da cidade. Também engraçado. Um bar muuuuuito anos 80, escuro, com uma dezena de chinesinhos bebendo e jogando dados. Um pequeno palco no centro era a atração, onde de tempos em tempos uma go-go-girl subia e dançava, e um cara de cabelo esquisito (os chineses são muito criativos pra cabelos) cantava.

E foi isso. Nosso motorista - muito chique isso - nos esperava do lado de fora. Voltamos para o hotel e hoje eu voltei para Xangai.

E claro, já estou aqui morrendo de saudades do Bello, que vem pra cá no sábado.

Volto em breve com mais das minhas vivências - seja em Xangai ou onde mais eu desbravar.

Um abraço,

Frô

Um comentário:

Andreia Repsold disse...

Lu, adorei..quero ver as fotos depois...:) beijos