quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Qual é a minha paixão? (Parte 2)

Lendo o livro "Projeto Felicidade" eu me identifiquei com(mais) um fato da vida da autora.

Ela era formada em direito e trabalhava como escrivã de uma juíza e notou que seus colegas de trabalho tinham prazer de ler ou conversar sobre direito nas horas vagas. Ela não fazia isso. Ela não gastava um minuto do seu tempo livre se interessando pelo assunto. Ela gostava de ler biografias e romances, tomar notas e escrever estórias. Ela decidiu seguir sua paixão: largou o direito e virou escritora em tempo integral.

Ela também diz no livro que desafios são fontes de felicidade pois a motivação é o nosso crescimento pessoal, mas que quando vencemos um desafio é normal não se sentir tão feliz, porque daí já precisamos de um novo desafio.

Penso na minha carreira. Trabalhar com eventos é interessante porque trabalho com projetos que são desafiadores, mas que terminam e dão lugar a um novo desafio. Porém, já faço isso há 10 anos... não me sinto mais motivada em minha área. Vejo as pessoas que trabalham comigo tão empolgadas com os eventos - eu não me empolgo mais.

Eu também gosto de escrever e o blog é um excelente hobby pra mim. Faz tempo que quero escrever em inglês, não só para alcançar pessoas em outros países, mas para praticar a escrita em outro idioma (acabei de assistir o filme Budapeste e sinto uma invejinha do personagem que escreveu um livro em húngaro). Há dois anos atrás pensei em começar um blog em inglês para escrever artigos relacionados com a minha profissão, com a área de marketing e eventos. Mas o projeto tá na gaveta até agora. Hoje eu descobri porquê: eu não tenho o menor interesse em escrever sobre marketing e eventos.

No meu tempo livre leio revistas de ciência e negócios. Me interesso por comportamentos humanos e de empresas. Como agem e quais os segredos por trás dessas ações. Os filmes que assisto ou são de alguma forma ligadas a questões filosóficas (como o sentido da vida e do amor) ou de ficção científica - mas do tipo mais acreditável, tipo "A Origem" e "Minority Report".

Por outro lado, penso se é mesmo tão importante seguir sua paixão na sua profissão. Ou se isso é utopia. Porque, convenhamos, no final do mês temos que pagar as contas, não? Vejo algumas pessoas que trabalham nas tais multinacionais e fico me pergunta do se eles tem essa paixão em descobrir um novo sabor de biscoito, ou comprar plástico para fazer embalagens, ou fazer a contabilidade de uma indústria química. Porque é isso que vai ser, minha gente, tô fazendo o MBA agora pra entrar de vez no mundo "corporativo" e largar a vida de eventos.

Conclusão: quando eu souber eu aviso. Acho que vale pelo menos escolher um hobby que me agrada mais. O meu projeto do blog em inglês vai virar sobre assuntos de comportamento, filosofia, tecnologia e ciência. Aviso aqui quando tiver no ar.

Inté,

Frô.

Um comentário:

Rogir disse...

Se voce está buscando sua paixão e procurando se conhecer já está no caminho correto. A parte mais difícil é se conhecer,se amar, se perdoar.
Sócrates já dizia "conhece-te a ti mesmo e conhecerá o universo e os deuses"é bem por aí. bj